O Alto do Lumiar, hoje conhecido pela Alta de Lisboa (uma variável de marketing), era, nos anos ’80, uma área marcada por usos marginais que aumentavam, a olho nu, a degradação bem visível, sublinhada por espaços de sombra rodeados de colinas, pela proximidade do aeroporto e a barreira que se chamava 2ª circular. Todas estas condicionantes impediam, como é evidente, os acessos.

 Iniciou-se, portanto, em 1993 a redação de um novo plano do Alto do Lumiar para uma maior aproximação funcional e de mercado, sendo o objetivo principal a Rua – menor altura, maior ocupação de solo, espaços livres reservados e apropriáveis. As mangas arregaçaram-se e, entre desbravar terreno e colocar pedras, abriam-se vias, construíam-se habitações e limpava-se a rua, que se tornava cheia de luz, limpa e obedecendo a uma ordem estética urbanística. Imaginem uma operação humana sem precedentes cujo objetivo pretendia edificar em terreno baldio e reeducar todos que por ele se espalhavam como donos e proprietários do que já se tinham apoderado.

 Em 2001, o projeto atingia a sua força motriz, consequência, também, do sucesso de promoção implementado. O realojamento de todos aqueles bairros estava praticamente concluído, as habitações marginais demolidas e avançava-se de dentro para foral. O projeto permitia uma grande diversidade de implementação e um desafio à criatividade.

 Hoje, a Alta de Lisboa tem um tecido urbano variado e complexo, com diferentes tipologias, desde blocos de moradias unifamiliares até edifícios de apartamentos, serviços, comércio, equipamentos sociais, desportivos e amplas zonas de lazer.